quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Apeteceu-me

Apetece-me escrever.

Só não sei o quê...

Há tanto para sair de mim que nem sei por onde lhe pegar

A mente peca...

Se tivesse a ousadia pegaria noutra arma que não a caneta,

Rebelar-me-ia contra tudo e todos.

Sem saber bem porque razão,

Não necessitaria de qualquer satisfação.

Basta olhar em redor!

Estou farto disto tudo,

Do tédio que é a realidade,

De ter que ser cego, surdo e mudo,

De não libertar a espontaneidade.

Esta cobardia incutida em mim e em todos

Impede-me de ser o animal que sou,

De fazer aqui e agora o que quer que me apeteça.

A perfeição é enervante,

O tempo é angustiante,

Só por isso desespero.

Não quero ter que fazer nada!

... obrigações?

...até as cumpriria.

Se a tal não fosse OBRIGADO.

Mas é esse sentido de inevitabilidade que me oprime.

E só não chamo ditadura a este regime

Porque é invisível a meus olhos.

Pois fazem-me crer que cumpro as ordens,

Que levo uma vidinha tão desconcertadamente certa,

Por minha própria vontade...

Eu não quero isso.

Mas a minha voz,

sozinha,

perde o seu eco.

Num mar de gente silenciosa.

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