domingo, 23 de setembro de 2007

"Vingança"


Virei visionário
por ver vago vil verdade:
para vós, viril vigário,
é em vão o vocabulário
que valide a vossa vulgaridade...
Verborreia vã, vaginite vilã,
vespa venenosa, víscera viscosa
ou verme vermelho vodka.
Vaticino vosso vexame,
vaselina no vasilhame,
pois sois vítima de um vitupério vibrante.
Vicissitude, vós vereis,
é viver o vácuo na vulva,
isto é vudu de viúva sem vírgula na viga.
Vossa vesga vulgar vivença
sente vendaval na vinhaça
e os meus volts de Vingança!...

"Verbum pro Verbo"

terça-feira, 18 de setembro de 2007


Era uma vez uma besta que era quadrada...
Como não comeu Nestum... morreu...

tadinha.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Esse "Eu" distante.

Sou como o Sábado que é quase Domingo.
Que o é sem alento ou esperanças,
Pois não sou o que foi nem o que vem
Sendo apenas um amplo vácuo de inexistência.
Aquele tempo intermitente,
Entre o segundo e o seu milésimo.
Parado, estanque e indiferente
Como a estátua do meu préstimo.
E se ao ser tudo isto ainda me pareço muito,
Tal e qual o exagero de um mínimo infinito,
Risco o que de mim tenho escrito
Para ser apenas o abstracto da folha, [por mim], riscada...

(F)utilidades

O Homem é um ser inútil,

Que leva uma vida inútil,

Rodeado de coisas inúteis,

Só se interessando por inutilidades.

Quando se sentirem a mais no mundo lembrem-se disto...




...poderá ser-vos útil.

Apeteceu-me

Apetece-me escrever.

Só não sei o quê...

Há tanto para sair de mim que nem sei por onde lhe pegar

A mente peca...

Se tivesse a ousadia pegaria noutra arma que não a caneta,

Rebelar-me-ia contra tudo e todos.

Sem saber bem porque razão,

Não necessitaria de qualquer satisfação.

Basta olhar em redor!

Estou farto disto tudo,

Do tédio que é a realidade,

De ter que ser cego, surdo e mudo,

De não libertar a espontaneidade.

Esta cobardia incutida em mim e em todos

Impede-me de ser o animal que sou,

De fazer aqui e agora o que quer que me apeteça.

A perfeição é enervante,

O tempo é angustiante,

Só por isso desespero.

Não quero ter que fazer nada!

... obrigações?

...até as cumpriria.

Se a tal não fosse OBRIGADO.

Mas é esse sentido de inevitabilidade que me oprime.

E só não chamo ditadura a este regime

Porque é invisível a meus olhos.

Pois fazem-me crer que cumpro as ordens,

Que levo uma vidinha tão desconcertadamente certa,

Por minha própria vontade...

Eu não quero isso.

Mas a minha voz,

sozinha,

perde o seu eco.

Num mar de gente silenciosa.